Como se engajar

Não dá para jogar comida fora enquanto milhões de pessoas passam fome no Brasil. Cada um de nós pode contribuir para reduzir o desperdício de alimentos dentro da sua realidade e queremos ajudar mostrando alguns caminhos para isso.

Indivíduo

Confira quais ações se encaixam melhor na realidade do seu dia a dia para reduzir ainda mais o desperdício ao seu redor.

Empresas

O setor privado possui um papel fundamental na redução do desperdício de alimentos e no combate à fome. Não é uma tarefa fácil, mas selecionamos algumas práticas que podem contribuir para transformar essa realidade.

Governos

A participação do poder público no combate ao desperdício de alimentos é indispensável. Mais do que fazer recomendações, queremos destacar o potencial transformador desse agente ao somar forças com os demais atores.
Cesta de pão
Comprar e preparar só o necessário faz com que o alimento não estrague no armário
Brasileiro gosta de uma mesa farta, mas esse traço cultural pode contribuir para o desperdício. Segundo pesquisa da Embrapa em parceria com a FGV, 59% das pessoas não ligam se tiver comida demais em casa — aquela ideia de que é melhor sobrar do que faltar. Para não comprar a mais e acabar desperdiçando, você pode: planejar as refeições da semana e checar o que já tem em casa antes de anotar a lista do supermercado. Tudo isso também vai contribuir para a sua saúde financeira. Afinal, jogar comida fora é jogar dinheiro fora. Em tempo: outra forma de economizar é optando por frutas, legumes e verduras da estação — sai mais barato porque a oferta é maior.
Bananas
Levar em consideração apenas a aparência das frutas, legumes e verduras não garante qualidade nas compras
Alimentos com imperfeições (grandes ou pequenos, com diferentes formatos e cores) costumam ser rejeitados por serem associados a algo estragado ou de menor valor nutricional — com isso, eles acabam sobrando nas gôndolas do supermercado. Segundo um estudo feito em Minnesota, nos Estados Unidos, só 20% dos produtores vendem seus alimentos fora do padrão para restaurantes e outros estabelecimentos. Esses produtos com defeitos costumam ir para a compostagem da fazenda ou ficam jogados no campo. Nessa linha de repensar a relação com a comida, também vale mudar a mentalidade de que só comida "fresquinha" é boa. No Brasil, 77% de quem consome acha importante que o alimento seja fresco, o que faz com que muitos pratos acabem no lixo mesmo estando bons para consumo.
Estufa com comida
Armazenar corretamente ajuda seus alimentos a durar mais
Quando se fala no armazenamento incorreto, o foco costuma estar nos espaços onde os alimentos ficam após a colheita, nos centros de abastecimento e de distribuição varejistas, e nos supermercados. Porém, é importante que o próprio consumidor se atente a isso. Segundo o Centro de Pesquisas em Alimentos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, aproximadamente 37% das doenças transmitidas por alimentos ocorrem dentro das casas brasileiras e um dos motivos para isso é o armazenamento incorreto. Por isso, veja o que o rótulo diz sobre a temperatura em que o produto deve ser acondicionado, data de validade e prazo de consumo após aberto. Outra dica é guardar os itens que vencem primeiro na frente, evitando que sejam esquecidos no fundo do armário.
Cesta de pão
Usar a criatividade para aproveitar as sobras é uma boa pedida
Há quem não goste de guardar o “resto de ontem” por medo de contaminação ou por considerar que a comida perde sabor e qualidade. E, mesmo quando as “sobras” vão para a geladeira, ainda existe o risco delas acabarem estragando. Isso não só por uma questão de armazenamento, mas por demorar para consumir as sobras e pelo esquecimento dos alimentos nas prateleiras.
Bananas
Aproveitar os alimentos por inteiro é uma forma de economizar e variar receitas
Cascas, sementes e talos podem ser transformados em pratos deliciosos e nutritivos! Isso porque, conforme uma tese da UNESP, as partes não convencionais de diversas frutas e hortaliças apresentam teores de fibras, vitamina C, ferro, cálcio e potássio próximos ou superiores às partes convencionais. Para o consumo, no entanto, é necessário higienizá-las bem.
Estufa com comida
Influenciar as pessoas ao seu redor para transformar a realidade local
Você pode expandir o impacto das suas ações para o seu meio de convívio, além de participar de iniciativas no seu município, como o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ele é responsável por orientar a implantação de políticas públicas de segurança alimentar, estabelecer diretrizes e prioridades sobre a causa, articular a participação da sociedade civil, dentre outras funções. Existem também os Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), que fiscalizam e controlam os recursos destinados à merenda escolar, elaboram o regime interno e zelam pela qualidade dos produtos. Educar as crianças sobre o tema é outra forma de fazer a diferença, mudando a mentalidade dos pequenos e investindo na conscientização sobre o desperdício desde cedo.
Cesta de pão
Tem outras dicas e sugestões para reduzir o desperdício de alimentos? Conte pra nós!
Compartilhar conhecimento é uma ótima forma de aprender. Adoraríamos saber o que mais pode ser feito para reduzir o desperdício de alimentos, seja na sua casa, seja no seu bairro.

Combater a fome e reduzir o desperdício de alimentos não é uma tarefa fácil. São problemas multifacetados que exigem uma ação conjunta e coordenada de diferentes atores da sociedade. E é aí que as empresas podem somar.

A criação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - que conta com 1.500 empresas participantes no Brasil - e o fortalecimento da sustentabilidade corporativa e da agenda ESG do setor privado são exemplos do início do comprometimento de grandes organizações em promover um desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Queremos ir além. O Pacto Contra a Fome convida todas empresas do Brasil a se unirem à ousada missão: erradicar a fome de maneira estrutural e permanente, reduzir o desperdício ao longo da cadeia de alimentos e promover a segurança alimentar. Vamos juntos? Confira abaixo alguns exemplos de práticas que podem ser adotadas dentro da sua organização.

Cesta de pão
Buscar benchmarks pode ser uma boa fonte de inspiração
Nos últimos anos, muitas empresas signatárias do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) entraram na corrida para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, dentre os quais estão a redução do desperdício de alimentos, a agricultura sustentável e a fome zero. Como consequência, iniciativas foram criadas, práticas foram testadas e estratégias foram revistas. Conhecer mais de perto essas experiências é uma forma de entender o caminho das pedras e aprender com quem já está na jornada. O objetivo não é buscar uma fórmula pronta, mas avaliar quais ações fazem sentido para o seu negócio e se inspirar nelas para traçar o seu próprio caminho rumo ao combate à fome e a redução do desperdício de alimentos. O Instituto Ethos desenvolveu um guia de como as empresas podem apoiar e participar do combate à fome.
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Identificar as fontes de desperdício e agir para reduzi-lo
Não se gerencia aquilo que não se mede, por isso, antes de começar a adotar medidas para o combate ao desperdício, é importante fazer o diagnóstico da sua empresa. Isso significa revisitar os processos produtivos, a gestão dos refeitórios e cafés, a organização de eventos e qualquer outra atividade que envolva o fornecimento de alimentos. Colher dados, mapear as áreas críticas, identificar as causas do desperdício e começar a elaborar planos de ação para cada desafio. Importante, contudo, entender que esse processo não termina na implantação das boas práticas. Na verdade, só será possível compreender a efetividade de cada ação mensurando o seu impacto.
Estufa com comida
Fazer parcerias para a redistribuição de excedentes
Atualmente, existem diversas organizações que redistribuem alimentos e produtos excedentes. De acordo com um estudo da Fiocruz e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri publicado em 2021¹, a maioria dos bancos de alimentos estudados recupera e doa mais de 20 toneladas de alimentos anualmente, sendo que 41,47% deles direciona seus esforços para famílias em risco social e 36,87% atendem crianças doando para creches. Ao firmar uma parceria com instituições deste tipo, a empresa diminui seu desperdício e ainda contribui para que mais pessoas tenham acesso a alimentos, contribuindo para o combate à fome. Não esqueça de sempre considerar a qualidade nutricional e a recorrência de doações.
Cesta de pão
Buscar projetos locais que atuam no combate à fome é uma forma de apoiar quem já faz
Em vez de começar do zero, a empresa pode investigar se existem iniciativas no entorno que atuam na redução do desperdício de alimentos e/ou no enfrentamento dos problemas da fome. Estando alinhadas com os valores da organização, as ações vigentes podem ser um meio para causar um impacto substancial mais rapidamente. As empresas impactam não só a vida de seus colaboradores e clientes, mas também toda a sua cadeia produtiva e a comunidade ao redor. Por isso, é importante usar essa influência para conhecer melhor as necessidades da região e entender como a organização pode se envolver nos projetos vigentes. Na ausência de iniciativas, vale desenvolver programas dentro de casa, mas que não fiquem restritos ao espaço da organização. Convide a comunidade local para participar, entenda suas necessidades e elabore propostas somando conhecimentos e vivências.
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Conscientizar e apoiar os seus colaboradores a agirem no tema
A transformação de uma realidade envolve também a mudança de pensamento. Por isso, é recomendado que as empresas invistam em campanhas sobre os impactos negativos do desperdício de alimentos e sobre a importância de todos se engajarem no combate à fome. Envolver as áreas de Comunicação Interna e de Recursos Humanos é fundamental para que todos entendam o problema, suas consequências e as formas de se lidar com ele — ou seja, para que haja um engajamento verdadeiro. Neste sentido, as lideranças das organizações desempenham um papel crucial, dando o exemplo e ajudando a disseminar a mensagem dentro e fora da empresa. Outra maneira é criar uma política de doação de horas para ações de voluntariado. No ápice da pandemia, por exemplo, lideranças comunitárias e gestores de programas de voluntariado corporativo uniram forças para discutir soluções para questões variadas, dentre elas o enfrentamento da fome.
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Construir uma relação responsável com fornecedores qualificados
Ter uma rede de fornecedores confiáveis é uma ótima forma de assegurar a qualidade dos alimentos adquiridos e utilizados pela empresa — seja na indústria, seja nos refeitórios. Para isso, é necessário certificar-se de que os fornecedores são qualificados e reconhecidos no mercado, e se cumprem as instruções de órgãos regulatórios. Algo simples, por exemplo, é o rastreio de alimentos, que possibilita registrar as informações de origem e de destino dos produtos, acompanhando-os ao longo de toda cadeia. O Ministério da Agricultura e Pecuária possui diversos manuais de boas práticas dedicados aos empreendedores que atuam no setor, visando contribuir para a melhoria do ambiente de negócios no país, reduzindo impactos sociais, econômicos e ambientais.
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Faça parte de conselhos focados nas pautas ESG e sustentabilidade
Já existem diversas iniciativas no Brasil que visam promover a conscientização e a participação de empresas nacionais no enfrentamento de problemas relacionados ao meio ambiente e aos direitos humanos, principalmente a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o GIFE e o Movimento Todos à Mesa são apenas alguns exemplos de ações criadas pelo setor privado das quais sua empresa pode fazer parte.
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Implementar uma cultura de sustentabilidade na empresa: da liderança ao funcionário
A adoção de práticas sustentáveis passa, essencialmente, por uma mudança na mentalidade organizacional. Isso vai desde a estratégia, com produtos e processos mais sustentáveis, monitoramento e controle de indicadores, gestão de impactos, até a capacitação e engajamento dos colaboradores. Neste sentido, temas relacionados ao meio ambiente, a questões sociais e a governança precisam ser pautas nas reuniões de conselho a fim de promover mudanças efetivas. Uma forma de aumentar a participação dos funcionários é criar um comitê de ESG formado por profissionais de diferentes áreas e lançar concursos internos de iniciativas sustentáveis.
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Compartilhe boas práticas e apoie quem já faz!
Sua empresa já possui iniciativas e ações voltadas para o combate à fome e/ou a redução do desperdício de alimentos? Conte para nós cadastrando-se no HUB Pacto Contra a Fome. Ao fazer parte da rede, você pode se conectar com centenas de organizações ao redor do Brasil que atuam nas causas.

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Entre em contato conosco e saiba como sua empresa pode se aliar ao movimento.

A fome não é novidade para os gestores públicos que, há anos, buscam resolver este problema complexo, com raízes profundas e causas diversas. Além disso, existe outro desafio a ser superado no Brasil: o desperdício de alimentos. Acreditamos no papel dos governos em implementar soluções para erradicar a fome no Brasil, promover a segurança alimentar e reduzir o desperdício de alimentos. O caminho passa necessariamente por políticas públicas capazes de enfrentar esses problemas.

O setor público brasileiro já conta com uma série de políticas públicas, sistemas e legislações sobre o assunto. Exemplos disso são a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), e outros que contribuem diretamente no combate à fome, como o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Já temos alguns caminhos e a participação de todos os governos é indispensável. Transformar essa realidade não é uma tarefa fácil; é necessário uma ação conjunta e coordenada de todos para fortalecer o que temos e inovarmos. Vamos juntos?

Cesta de pão
Saiba mais sobre os sistemas e as políticas públicas de segurança alimentar e desperdício de alimentos

O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) foi criado em 2006 por meio da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN). Com objetivo de promover o direito humano à alimentação, o SISAN fortalece a atuação integrada entre estados, municípios e governo federal, assim como com a sociedade civil. Também, é fundamental para que as políticas públicas e os planos de segurança alimentar (previstos na LOSAN) sejam formulados, implementados e monitorados.

A adesão ao SISAN é um dos primeiros e mais importantes passos para avançar de forma estrutural na agenda de segurança alimentar. Ainda precisamos avançar muito nessa questão, sobretudo nos municípios. Nos estados, apesar da ampla adesão, precisamos atualizar os planos e os conselhos a partir dos desafios atuais.

É necessário um esforço coletivo entre governo federal, estadual e municipal, e entre os poderes por um Brasil sem fome até 2030. Além dos sistemas e leis, o diálogo entre os diferentes entes da federação e poderes deve ser prioridade na agenda dos gestores e lideranças públicas.

A Lei 14.016/2020 regulamenta o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano em todo o território nacional. O esforço de construção de diretrizes para esta prática é recente e deve ser reconhecido como um importante avanço. Ainda assim, há a necessidade de avançarmos ainda mais no arcabouço legal e na sua implementação, como mostra análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Apenas 12 estados e 15 municípios brasileiros possuem regulamentações sobre a doação de alimentos, em que as regulamentações estaduais, que são mais amplas, motivam as dos municípios a se tornarem mais detalhadas, fortalecendo a gestão local.

Além disso, em 2018 o governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) uniram forças para criar uma Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil. Nos últimos anos, a pauta foi despriorizada na agenda federal e a estratégia ainda depende de uma coordenação e implementação. Temos uma grande oportunidade de retomar estes esforços conjuntamente.

Estufa com comida
Conheça iniciativas que podem apoiar o seu governo

A rede de bancos de alimentos combate a fome e o desperdício a partir de doações de parceiros, além de contribuir para a segurança alimentar e nutricional de quem está em vulnerabilidade social. A organização possui parceria com diversos governos, dentre eles Carmo - RJ, Chácara - MG e Manaus - AM.

Criada pelo Instituto Comida do Amanhã, a plataforma visa apoiar prefeituras a alcançarem sistemas alimentares saudáveis para as pessoas e o planeta. Além de produzir conteúdos e encontros sobre o tema, a instituição criou o Mapa Luppa, ferramenta que mostra o que os governos já estão fazendo nessa área. Até o momento, são 25 cidades mapeadas.

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