Apesar de ter menos de 2,5% da população em subalimentação, o que configura a saída da lista da ONU, o país precisa enfrentar a persistência da insegurança alimentar e o crescimento das taxas de sobrepeso infantil e obesidade na população adulta.
O Pacto contra a Fome alerta que as políticas públicas precisam endereçar a coexistência desses indicadores e as consequências do aumento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis relacionadas a má alimentação. Para promover segurança alimentar em seus quatro pilares, é preciso enfrentar os desafios nutricionais e responder às mudanças em curso no padrão alimentar da população brasileira.
O que você vai encontrar nesse documento?
A análise elaborada pelo Pacto Contra a Fome mergulha nos dados do relatório global SOFI 2025 e revela o cenário brasileiro com profundidade:
- A queda da subalimentação e a saída do Brasil do Mapa da Fome
- O crescimento preocupante da obesidade e do consumo de ultraprocessados
- O aumento do sobrepeso infantil e da baixa estatura em crianças
- O impacto da inflação alimentar sobre o acesso a dietas saudáveis
- As políticas públicas que funcionaram — e os desafios para mantê-las
- A urgência de sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e resilientes
O Brasil foi destacado no relatório SOFI 2025 como uma das saídas do Mapa da Fome mais rápidas já registradas no mundo. Analisamos três políticas destacadas por seus componentes de abordagem sistêmica, intersetorialidade e recomposição orçamentária nos últimos dois anos que influenciaram esse resultado: Bolsa Família, PAA e PNAE.
Como não repetir o passado recente e continuar fora do Mapa da Fome?
No documento, passamos pelos múltiplos desafios que precisamos enfrentar para continuar evoluindo, destacando o olhar para um núcleo duro – cujo retrato tem cor, gênero e localidade – e a necessidade de busca ativa para incluir na rede de proteção social uma população invisível aos dados oficiais.
Por fim, o Pacto reforça que o caminho para sustentar os resultados e obter novos avanços deve passar pela institucionalização das políticas públicas, coordenação entre diferentes níveis de governos, proteção do poder de compra das famílias mais pobres diante do cenário inflacionário, planos intersetoriais que contemplem políticas de redução da obesidade e acesso à alimentação saudável, redução do desperdício de alimentos, além do fortalecimento da agricultura familiar e da resiliência climática do sistema agroalimentar.
Sair do Mapa da Fome não é o suficiente — é preciso garantir o acesso a alimentos saudáveis e enfrentar os novos desafios nutricionais, uma jornada multisetorial que deve contar com a participação de todos os setores, governos, parlamentares, empresas, sociedade civil, e Academia.
A elaboração deste material contou com a valiosa colaboração dos especialistas: Walter Belik, Ana Domingos, Natalia Figueiroa, Ana Maria Bertollini e Andreia Adami.