Dia Mundial da Alimentação: saiba a importância da data

Entenda o que é o Dia Mundial da Alimentação e seu papel no enfrentamento dos desafios alimentares do mundo

O Dia Mundial da Alimentação não é apenas uma data simbólica – é uma mobilização global para refletirmos sobre a fome, a segurança alimentar e a importância de uma alimentação saudável e sustentável.

Criado em 1981, essa data coloca em pauta os desafios da nutrição, o papel da agricultura e as ações necessárias para garantir comida de qualidade para todos.

O que é o Dia Mundial da Alimentação?

O Dia Mundial da Alimentação (DMA) é celebrado anualmente em 16 de outubro. O dia escolhido marca a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945, e o lançamento de uma campanha internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), criada para conscientizar sobre a importância da segurança alimentar e alertar sobre a fome e a má nutrição no mundo.

A iniciativa busca chamar a atenção de governos, organizações e da sociedade civil para a urgência da falta de acesso à alimentação adequada, além de promover debates, incentivar a criação de políticas públicas na área e estimular ações que contribuam para sistemas alimentares mais sustentáveis e acessíveis. 

Celebrada em mais de 150 países, a ação se desdobra em quatro pilares: melhor nutrição, melhor produção, melhor ambiente e melhor qualidade de vida. A cada ano, o evento traz um tema diferente. O primeiro Dia Mundial da Alimentação aconteceu em 1981 com o tema “A comida vem primeiro”.

De acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” (SOFI) de 2024, a fome ainda atinge uma em cada 11 pessoas no mundo. Nesse cenário, a data reforça que esse não é apenas um problema de escassez de alimentos, mas também de desigualdade no acesso à comida, desperdício e impactos das mudanças climáticas sobre a produção agrícola.

Além de conscientizar, a mobilização busca encorajar soluções concretas para transformar a forma como os alimentos são produzidos, distribuídos e consumidos, garantindo um futuro sem fome e mais sustentável, em sintonia com os objetivos da Agenda 2030 da ONU.

Atuação da FAO na segurança alimentar

Conhecida pela sigla FAO, a agência especializada da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura é a responsável por liderar esforços internacionais para erradicar a fome e melhorar a segurança alimentar e nutricional no mundo.

O principal objetivo da organização é alcançar a segurança alimentar para que todas as pessoas tenham acesso a alimentos em quantidade suficiente, de qualidade adequada e de forma sustentável para levar uma vida ativa e saudável – o que explica a escolha da data de sua fundação como marco para o Dia Mundial da Alimentação.

Composta por 194 países membros e pela União Europeia, a FAO apoia governos na elaboração de políticas públicas e programas de assistência técnica em agricultura, segurança alimentar, nutrição e desenvolvimento sustentável. 

A agência também atua no monitoramento da fome, nas crises alimentares e na criação de normas internacionais sobre práticas agrícolas, conservação de recursos naturais e segurança alimentar.

Saiba mais sobre o trabalho da instituição no artigo FAO: conheça a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação

Temas do Dia Mundial da Alimentação

Anualmente, o Dia Mundial da Alimentação recebe um tema específico, escolhido para refletir questões essenciais sobre alimentação, segurança alimentar e agricultura no mundo. Eleitos pela FAO, os temas servem como um guia para as ações de governos, organizações e pessoas, focando em promover soluções para a falta de acesso a alimentos.

Em 2024, o tema foi “Direito aos alimentos para um futuro e uma vida melhores”, destacando a urgência de garantir acesso universal a alimentos nutritivos, seguros e sustentáveis para promover a saúde.

Confira, a seguir, alguns temas relevantes que marcaram o Dia Mundial da Alimentação de anos anteriores:

  • Pobreza rural (1985)
  • Lutar contra a fome e subnutrição (1996)
  • As mulheres alimentam o mundo (1998)
  • Juventude contra a fome (1999)
  • Um milênio sem fome (2000)
  • Combater a fome para reduzir a pobreza (2001)
  • Água: fonte de segurança alimentar (2002)
  • Trabalhar em conjunto por uma aliança internacional contra a fome (2003)
  • Biodiversidade para a segurança alimentar (2004)
  • Segurança alimentar mundial: os desafios das mudanças climáticas e os biocombustíveis (2008)
  • Os preços dos alimentos – da crise à estabilidade (2011)
  • Sistemas sustentáveis agrícolas para a segurança alimentar e nutricional (2013)
  • Agricultura familiar: alimentar o mundo, cuidar da Terra (2014)
  • Proteção social e agricultura: quebrando o ciclo da pobreza rural (2015)
  • Mudanças climáticas: “O Clima está mudando. A alimentação e a agricultura precisam mudar também” (2016)
  • As nossas ações são o nosso futuro. Um mundo com fome zero para 2030 é possível (2018)
  • Alimentação Saudável e Sustentável (2019)
  • Água é vida, água é alimento. Não deixe ninguém para trás (2023)

Desafio da alimentação no mundo

A segurança alimentar é definida como a garantia de que todas as pessoas tenham acesso regular e permanente a alimentos suficientes, seguros e nutritivos. Esse princípio é um direito humano garantido por lei pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) e pela Constituição Federal do Brasil.

Entretanto, fora do papel, milhões de pessoas ainda vivem uma realidade contrária: a da insegurança alimentar. Ela ocorre quando famílias não conseguem obter comida em quantidade e qualidade suficientes para suprir suas necessidades nutricionais.

Seja por falta de renda, desigualdade na distribuição de alimentos, crises econômicas ou impactos das mudanças climáticas, cerca de 733 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo, segundo o último relatório SOFI, feito pela FAO.

No Brasil, a falta de acesso a alimentos também preocupa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), mais de 64 milhões de brasileiros conviveram com algum nível de insegurança alimentar em 2023.

Além disso, o mundo enfrenta outros desafios alimentares que também são pautas das campanhas do Dia Mundial da Alimentação, como a contaminação de alimentos, a baixa diversidade na produção agrícola e o desperdício ao longo da cadeia de produção.

Alimentação ideal: saudável e equilibrada

Mais do que ter alimentos disponíveis, a segurança alimentar envolve uma alimentação saudável e equilibrada. Uma dieta pobre em nutrientes pode levar a vários problemas de saúde, como desnutrição, anemia, obesidade, diabetes e outras doenças crônicas.

Garantir uma alimentação ideal é um desafio ainda maior, tendo em vista que, em muitos lugares, os alimentos saudáveis são menos acessíveis do que os produtos industrializados, como acontece nos chamados desertos e pântanos alimentares.

Em 2022, cerca de 2,8 bilhões de pessoas não poderiam pagar por uma dieta saudável, ainda conforme o relatório SOFI. Isso significa que mais de um terço da população mundial não consumia os nutrientes necessários para manter a saúde.

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, a adoção de uma alimentação saudável não é só uma decisão individual. Os padrões alimentares são influenciados por diversos fatores físicos, econômicos, políticos, culturais e sociais.Para pôr em prática uma alimentação saudável e equilibrada, o Guia Alimentar destaca a importância de escolher alimentos frescos e naturais, como frutas, legumes, verduras, grãos, carnes e ovos, que são ricos em nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo.

Ir para o conteúdo