Alimentação sustentável: como comer bem e cuidar do planeta

Saiba o que é alimentação sustentável, sua importância e benefícios, e descubra como implementá-la no dia a dia

As escolhas alimentares não impactam apenas em nossa saúde individualmente. O que colocamos no prato impacta o meio ambiente, a forma como os recursos naturais são usados e até a disponibilidade de alimentos no futuro.

Enquanto a forma como produzimos e distribuímos os alimentos desperdiça água, degrada o solo e contribui para as mudanças climáticas, a forma como os consumimos pode reduzir esses efeitos negativos e contribuir para a preservação ambiental.

Entenda o que é alimentação sustentável, por que ela é tão importante, quais são seus benefícios e como adotar hábitos mais sustentáveis!

O que é alimentação sustentável?

Unindo os conceitos de alimentação e sustentabilidade, a alimentação sustentável é um conjunto de hábitos que busca equilibrar a nutrição humana com a preservação ambiental, o bem-estar animal e a justiça social.

De acordo com a definição da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as dietas sustentáveis são aquelas com baixo impacto ambiental, que contribuem para a segurança alimentar e nutricional e para uma vida saudável para as gerações presentes e futuras. 

Segundo a organização, entre as características desse tipo de alimentação estão a proteção e o respeito à biodiversidade, ecossistemas e à cultura do local em que estão inseridas, a acessibilidade econômica e a saudabilidade. Tudo isso enquanto otimizam os recursos naturais e humanos. 

Implementar essa alimentação envolve diversas práticas, como a escolha de alimentos produzidos de forma responsável, a redução do desperdício e o incentivo a cadeias produtivas mais equilibradas.

Diferenças entre alimentação saudável e sustentável

Embora frequentemente usados juntos, os termos “alimentação saudável” e “alimentação sustentável” têm significados diferentes. Enquanto o primeiro foca na qualidade dos alimentos, o segundo se preocupa com toda a cadeia de produção alimentar.

Uma alimentação saudável visa o bem-estar individual, garantindo que o organismo receba os nutrientes necessários para seu bom funcionamento. Seu objetivo é melhorar a qualidade de vida e fortalecer a saúde.

Já a alimentação sustentável, apesar de também ter o fortalecimento da saúde e a melhora da qualidade de vida como resultado, vai além da nutrição individual; ela considera os impactos ambientais, sociais e econômicos da produção e do consumo de alimentos.

Naturalmente, uma alimentação sustentável tende a ser saudável ao priorizar alimentos frescos, naturais e locais e limitar produtos processados. Por outro lado, a alimentação saudável nem sempre é sustentável, pois a produção de alguns alimentos considerados saudáveis pode ter grandes impactos ambientais.

Quais são os alimentos sustentáveis?

Os alimentos sustentáveis são aqueles com o menor  impacto ambiental possível em sua produção e distribuição, que são feitas de forma a respeitar os recursos naturais e garantir condições justas para produtores e comunidades envolvidas nesses processos. 

Para um alimento ser considerado sustentável, sua produção deve atender a alguns princípios básicos, como:

  • Utilizar a menor quantidade possível de insumos químicos;
  • Consumir menos água ou reutilizá-la, além de não impactar nascentes e mananciais em áreas de preservação ambiental;
  • Consumir energia de fontes limpas;
  • Não ser proveniente de áreas desmatadas;
  • Garantir direitos e oferecer condições de trabalho e remuneração dignas para os produtores em toda a cadeia produtiva. 

Alimentos sustentáveis costumam ser comercializados localmente, o que reduz a necessidade de transporte de longas distâncias e, consequentemente, diminui a emissão de carbono e os torna mais acessíveis para as comunidades locais.

Entre os principais exemplos de alimentos sustentáveis estão os produtos orgânicos, que não levam agrotóxicos, e os alimentos produzidos pela agricultura familiar, que incentivam práticas agrícolas de baixo impacto e favorecem a economia local. Os produtos da estação também entram nessa categoria, já que exigem menos recursos para o cultivo e reduzem o desperdício de alimentos.

Além da comida, uma alimentação sustentável também considera o impacto das embalagens no meio ambiente. Priorizando produtos com menos embalagens ou aquelas feitas com materiais recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis, evita-se a poluição e a contaminação do solo e da água por metais pesados, microplásticos e outras substâncias químicas.

Assim, um cardápio sustentável incentiva o consumo de grãos integrais, verduras, legumes, frutas, leguminosas, oleaginosas, alimentos frescos, fontes de proteína sustentáveis, produtos sazonais e de cultivo local, entre outros com baixo impacto ambiental.

A importância da alimentação sustentável

A alimentação sustentável vai além da escolha de alimentos saudáveis, incorporando práticas alimentares responsáveis, importantes para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, reduzir o desperdício, respeitar comunidades e culturas produtoras de alimentos e preservar os recursos naturais, como a água e o solo.

Além disso, a nutrição sustentável promove a biodiversidade e as economias locais ao apoiar práticas agrícolas ecológicas e escolher alimentos sazonais, produzidos em pequena escala e, por isso, com menor impacto ambiental.

Adotar uma dieta sustentável também pode trazer benefícios diretos à saúde, uma vez que ela costuma ser mais rica em nutrientes pela maior variedade de alimentos frescos e minimamente processados.

Dicas para tornar a alimentação mais sustentável

Tornar a alimentação mais sustentável pode ser simples e prático. O Sustentarea, Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP criou um Manifesto Alimentação Sustentável, um manual com algumas dicas para incluir a sustentabilidade no dia a dia; confira algumas delas:

  • Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes;            
  • Reduza o consumo de carne, especialmente de carne bovina;            
  • Consuma cereais integrais, evitando cereais refinados como arroz branco e macarrão;
  • Evite alimentos ricos em açúcar, gorduras e sal, tanto os ultraprocessados, quanto os feitos em casa;          
  • Sempre leia o rótulo dos alimentos, observando seus ingredientes e nutrientes;
  • Evite comprar alimentos cheios de embalagens, procure comprar a granel e levar sacola retornável;       
  • Procure saber de onde vem o alimento que está comprando e dê preferência aos alimentos produzidos mais perto;
  • Separe o lixo (reciclável, comum e compostável) e destine-o de maneira adequada;
  • Evite o desperdício em casa e em restaurantes, reaproveite sobras e conserve os alimentos corretamente;    
  • Planeje as compras para comprar apenas o necessário e evite ir ao mercado com fome;
  • Prefira os alimentos orgânicos e pesquise sobre resíduos de agrotóxicos no site da Anvisa
  • Procure comprar os alimentos da época e também aqueles com aparência irregular, mas em ótimo estado para consumo.
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