Neste mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31%, a maior taxa para esse mês desde 2003. Dentro desse cenário, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou variação de 0,70%, atrás dos grupos Educação (alta de 4,70%) e Habitação (alta de 4,44%).
Apesar do recorde histórico do IPCA, isso não reflete diretamente na inflação dos alimentos; enquanto o Índice acumulou variação de 5,06% nos últimos 12 meses, a inflação de alimentos foi de 7,00% no mesmo período.
Além disso, os produtos hortifrutigranjeiros apresentaram uma alta menor, seguindo em queda desde novembro de 2024, mas o aumento nos preços do café e dos ovos pressionou o orçamento alimentar das famílias mais pobres, que chegam a gastar cerca de 2,5x a mais com alimentação do que as de maior renda.
Como a inflação dos alimentos impacta a segurança alimentar?
Quando os alimentos ficam mais caros, milhões de famílias precisam comprometer a qualidade da sua alimentação para garantir a comida na mesa ou diminuir o tamanho do prato, com menos variedade, ou até mesmo priorizar quem precisa comer mais.
Essas situações representam a insegurança alimentar. No nível mais grave, que é a fome, as mudanças afetam a família inteira, que pode chegar a ficar um ou mais dias sem comer.
A alta de preços gera diferentes impactos para essas famílias em situação de pobreza e grupos vulnerabilizados socialmente. Isso porque o peso da alimentação no orçamento familiar é muito desigual, chegando até 61,2% dos gastos para quem tem renda de até R$2 mil.
Pensando nisso, estamos produzindo, desde janeiro de 2025, boletins mensais com dados sobre a inflação dos alimentos. O objetivo é monitorar o assunto e contribuir para uma melhor compreensão do impacto da variação dos preços no cotidiano de brasileiros e brasileiras.
Leia o Boletim da Inflação dos Alimentos de março para conferir a análise completa!