Ao longo da história, a filantropia evoluiu de pequenos gestos de caridade para se tornar uma força global de transformação social. O que começou como simples atos de generosidade para aliviar o sofrimento imediato cresceu para incluir estratégias que buscam erradicar problemas estruturais, como a fome.
Nesse texto, vamos explorar como a filantropia evoluiu no Brasil e por que ela é mais relevante na luta por um futuro sem fome!
O que é filantropia?
Vindo do grego, o conceito de filantropia significa “amor à humanidade” e refere à prática de atuar em uma causa social por meio de doações de dinheiro, recursos ou tempo.
Essas doações podem ser destinadas à educação, saúde e combate à pobreza, por exemplo. Elas são feitas tanto por pessoas, chamadas de filantropas, quanto por organizações filantrópicas, variando desde pequenas doações individuais até grandes iniciativas globais financiadas por bilionários ou corporações.
A motivação por trás da filantropia é o desejo de ajudar os outros, combater a injustiça social e contribuir para o bem comum, sem esperar algo em troca. A prática desempenha um papel importante na sociedade, uma vez que complementa as ações públicas e atende necessidades que o Estado não consegue suprir.
Tipos de filantropia
A filantropia pode ser categorizada com base nas práticas comuns do setor, dependendo da forma como é praticada, dos recursos utilizados e dos objetivos que visa alcançar. Conheça os principais tipos de filantropia:
- Filantropia tradicional: envolve doações diretas de dinheiro, bens ou serviços para instituições de caridade, organizações não governamentais (ONGs) ou pessoas em necessidade. É focada em ajudar a resolver problemas sociais imediatos, como fome e doenças.
- Filantropia corporativa: é feita por empresas e corporações, seja por meio de doações financeiras, voluntariado corporativo ou apoio a causas sociais. Ela faz parte das iniciativas de Responsabilidade Social Corporativa (RSC).
- Filantropia estratégica: diferentemente da tradicional, esse tipo adota uma abordagem mais planejada e de longo prazo, investindo em projetos e organizações que geram impacto social duradouro. Ela envolve a definição de metas específicas e o uso de métricas para avaliar o sucesso das iniciativas.
- Crowdfunding: plataformas que permitem que as pessoas contribuam com pequenas quantias para apoiar projetos específicos ou causas urgentes de forma online.
- Voluntariado: é a prática de dedicar tempo e habilidades, de forma altruísta e sem remuneração, para ajudar organizações a reduzir custos e ampliar seu impacto. Pode acontecer como trabalho voluntário, consultoria pro-bono ou mentoria.
- Parcerias público-privadas: colaboração entre governos e empresas privadas em iniciativas filantrópicas, que complementam recursos públicos para enfrentar desafios sociais de grande escala.
História da filantropia
Sendo uma palavra de origem grega, não é surpresa que a filantropia já exista desde a Antiguidade. Os gregos e romanos praticavam o “amor à humanidade” contribuindo na construção de templos e instituições de caridade, além de ajudarem os mais pobres.
Na Idade Média, a caridade era uma virtude central no cristianismo e no islamismo – instituições religiosas criavam hospitais e escolas. Após o Renascimento, surgem as primeiras fundações filantrópicas e instituições de caridade estabelecidas por mercadores e nobres europeus que buscavam deixar um legado duradouro.
Já no século 19, a industrialização e o crescimento das cidades geraram novos problemas sociais. Surge, então, a chamada filantropia moderna, que começou a adotar abordagens mais estruturadas e sistemáticas. Filantropos como Andrew Carnegie e John D. Rockefeller criaram fundações para enfrentar a pobreza, melhorar a educação e apoiar a saúde pública.
Desde então, o conceito de filantropia se expandiu para incluir uma gama mais ampla de causas e métodos. Organizações como a Fundação Ford e a Fundação Bill & Melinda Gates se tornaram influentes, adotando abordagens mais estratégicas e baseadas em evidências.
Com a internet, o sistema de filantropia se diversificou ainda mais. O crowdfunding, as doações online e a filantropia digital democratizaram a realização de doações, permitindo que pessoas e pequenos grupos participem ativamente das causas que apoiam.
Filantropia no Brasil
A história da filantropia no Brasil começa no Período Colonial, quando a prática era fortemente ligada ao cristianismo. A Igreja Católica fundou e manteve as primeiras instituições de caridade, como hospitais, orfanatos e asilos.
A primeira entidade filantrópica do Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. As Santas Casas de Misericórdia eram focadas em prestar assistência aos pobres, doentes e desamparados.
Durante o Império, a filantropia passou a ser praticada também pelas elites urbanas, motivadas principalmente por um senso de dever cristão e a busca por prestígio social. Além das irmandades religiosas, surgem sociedade e associações beneficentes, como a Sociedade Protetora dos Desvalidos, fundada por negros libertos na Bahia, em 1832.
Com a proclamação da República, o Brasil começou a ver um crescimento nas iniciativas filantrópicas, tanto no setor público quanto no privado. Nesse período, surgiram instituições importantes, como o Instituto Butantan, a Fundação Oswaldo Cruz e a Fundação Gaffrée e Guinle.
Na redemocratização do Brasil, a filantropia no país passou por uma diversificação. Houve um aumento no número de fundações e ONGs que se dedicam a uma ampla gama de causas, desde a defesa dos direitos humanos até o meio ambiente, como a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Pela história do Brasil, já passaram grandes filantropos que deixaram um legado de generosidade para as gerações futuras. É o caso de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e José Alencar, ex-vice-presidente do Brasil, também lembrado por suas contribuições à saúde pública.
Atualmente, o país tem uma série de iniciativas filantrópicas nas mais diversas áreas. Alguns exemplos de filantropia no Brasil são a Fundação Lemann, a Fundação Bradesco, a Abrace e a Habitat para a Humanidade Brasil.Na comparação com o restante do mundo, o Brasil ficou em 89º lugar no ranking do World Giving Index, com uma taxa de doação de 37% entre os brasileiros. No ano anterior, o país tinha figurado entre as 20 nações mais generosas da lista. Apesar da queda, essa é a segunda melhor posição desde 2009.
Importância da filantropia no combate à fome
Várias organizações filantrópicas se dedicam para oferecer refeições e suplementos nutricionais para populações vulneráveis. Outros projetos visam a segurança alimentar de longo prazo, como programas de agricultura sustentável e educação nutricional.
Essas iniciativas são essenciais quando as políticas e recursos governamentais são insuficientes para enfrentar a fome. A filantropia complementa os esforços do governo e das organizações internacionais, promovendo o alívio imediato da fome, e ampliando a visibilidade do problema. Segundo a Pesquisa Doação Brasil, 36% dos participantes doaram dinheiro para ONGs e projetos socioambientais em 2022, totalizando R$ 12,8 bilhões. Depois da causa infantil, o combate à fome é a segunda área preferida entre esses doadores institucionais.
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