G20: o grupo que move a economia global

Saiba o que é o G20, como funciona e quem são os membros que impulsionam as decisões econômicas do mundo

Além de um encontro de líderes globais, o G20 é um fórum no qual as maiores economias do mundo moldam o futuro global. Ele decide quais vão ser as políticas globais que impactam desde a economia até as mudanças climáticas e afetam a vida de bilhões de pessoas. 

Em 2024, os holofotes do G20 se voltaram para o Brasil, que assumiu a presidência do grupo com o compromisso de promover um desenvolvimento global mais justo e sustentável.

Entenda como o G20 funciona e quem são os membros deste importante fórum de cooperação internacional.

O que é o G20?

O G20 é a sigla para Grupo dos Vinte, um fórum que reúne as maiores economias do mundo. Formado por 19 países mais a União Africana e União Europeia, o G20 é o principal fórum de cooperação econômica internacional.

Anualmente, os chefes de Estado dos membros do grupo se encontram na chamada Cúpula do G20. O termo “cúpula” vem do inglês “summit” e significa o ponto mais alto de uma montanha. Isso porque a cúpula é o ápice das diversas reuniões do grupo feitas ao longo do ano.

O G20 discute temas que impactam a economia global, como estabilidade financeira e comércio internacional. Com o tempo, a agenda do fórum se expandiu para incluir questões como mudanças climáticas, saúde, desenvolvimento sustentável e desigualdades socioeconômicas.

O funcionamento do G20 envolve duas faixas paralelas de atuação: a Trilha de Sherpas, responsável por preparar a agenda política e as negociações entre os países, e a Trilha de Finanças, focada em temas econômicos e financeiros, e comandada pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais de cada integrante do grupo.

Criação do G20

O G20 foi criado em 1999, como resposta às crises financeiras globais do final da década de 1990, especialmente a crise asiática, que expôs as fragilidades do sistema financeiro internacional.

Na época, já existia o G7, que reunia as sete maiores economias do mundo. No entanto, esse grupo já não era suficiente para lidar com o crescimento de países emergentes como Brasil, China e Índia, que ganhavam cada vez mais destaque no cenário mundial. 

Com isso, surgiu a necessidade de uma plataforma mais inclusiva e representativa. O G20, então, ampliou as discussões, permitindo que as economias emergentes participassem da formulação de políticas globais e tornando o fórum mais eficaz para enfrentar os desafios econômicos do novo milênio.

Objetivos do G20

O G20 tem como principal objetivo promover a cooperação econômica internacional e garantir a estabilidade financeira global. O fórum discute e coordena políticas econômicas entre países desenvolvidos e emergentes, considerando as realidades de ambos. 

Além disso, o G20 trabalha para enfrentar desafios globais, como crescimento sustentável, redução da pobreza, comércio internacional e mudanças climáticas. Em suas cúpulas, o grupo busca soluções para promover um desenvolvimento mais equilibrado e inclusivo, reforçando o papel das economias emergentes nas decisões mundiais.

Quais países formam o G20?

O G20 é composto por 19 países e duas organizações internacionais. Juntos, esses membros representam cerca de 85% do PIB mundial, mais de 75% do comércio global e dois terços da população mundial.

Todos integrantes fizeram parte do grupo desde a sua criação, exceto a União Africana, que se tornou membro permanente do G20 em 2023. Atualmente, os membros do G20 são:

  • África do Sul;
  • Alemanha;
  • Arábia Saudita;
  • Argentina;
  • Austrália;
  • Brasil;
  • Canadá;
  • China;
  • Coreia do Sul;
  • Estados Unidos;
  • França;
  • Índia;
  • Indonésia;
  • Itália;
  • Japão;
  • México;
  • Reino Unido;
  • Rússia;
  • Turquia;
  • União Europeia;
  • União Africana.

Além dos associados, também participam do fórum os países e organizações internacionais convidadas pelo anfitrião, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Quem preside o G20?

A presidência do G20 é rotativa e anual, com os países membros organizados em cinco grupos regionais. Cada ano, um país assume a presidência do grupo, permitindo uma representação mais equitativa entre os integrantes do fórum.

O sistema de presidência é organizado em troikas, com três países que se alternam ao longo de três anos consecutivos: o que está presidindo, o próximo a assumir a presidência e o anterior. Isso garante a continuidade das discussões e o acompanhamento das decisões tomadas.

O presidente do G20 tem a responsabilidade de organizar as reuniões, definir a agenda e liderar as discussões durante a cúpula. O mandato presidencial se estende de 1º de dezembro de um ano até 30 de novembro do ano seguinte.

Os últimos presidentes do grupo foram a Índia, em 2023, seguida pelo Brasil em 2024. A presidência em 2025 será assumida pela África do Sul. Em breve, o fórum deve anunciar a próxima troika, composta pelos três países-membros que assumirão a presidência do G20 nos próximos três anos.

G20 no Brasil

O Brasil assumiu a presidência do G20 em 2024 sob o slogan “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. A liderança é um marco importante para o país, destacando sua posição estratégica no cenário econômico global.

O principal evento do grupo, a Cúpula de Líderes de 2024, aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Nessa gestão, as pautas do G20 priorizadas pelo governo brasileiro foram combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.

G20 Social: grupos de engajamento

Além das discussões econômicas e financeiras, o G20 promove iniciativas consultivas, conhecidas como grupos de engajamento. Esses comitês integram vozes da sociedade civil, do setor privado e de especialistas de diferentes áreas para enriquecer o debate e propor soluções para os desafios do mundo.

Em 2024, durante sua presidência, o Brasil criou o G20 Social, uma plataforma que reuniu os grupos de engajamento para ampliar a participação da sociedade civil nas decisões do fórum. O destaque da iniciativa foi a Cúpula Social, realizada nos dias 14 e 16 de novembro, às vésperas da Cúpula de Líderes, também no Rio de Janeiro.

O G20 conta com 13 grupos de engajamento, cada um focado em áreas específicas alinhadas às prioridades do fórum. Saiba quais são eles:

  • B20 (Business 20): Representa o setor empresarial, focando em comércio, governança econômica e investimentos globais.
  • C20 (Civil Society 20): Canaliza as demandas da sociedade civil, abordando direitos humanos, justiça social e climática.
  • T20 (Think Tanks 20): Reúne especialistas e centros de pesquisa para propor soluções baseadas em evidências.
  • L20 (Labour 20): Representa sindicatos e trabalhadores, tratando de emprego e condições laborais.
  • W20 (Women 20): Promove a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.
  • Y20 (Youth 20): Dá voz aos jovens, destacando suas prioridades globais.
  • U20 (Urban 20): Envolve cidades em debates sobre sustentabilidade e governança urbana.
  • S20 (Science 20): Representa a comunidade científica em temas como inovação e mudanças climáticas.
  • Startup20: Focado no papel das startups para impulsionar inovação e empreendedorismo.
  • P20 (Parliament 20): Reúne parlamentares para alinhar políticas públicas aos objetivos do G20.
  • SAI20 (Supreme Audit Institutions 20): Representa tribunais de contas em discussões sobre governança e accountability.
  • J20 (Judiciary 20): Reúne cortes supremas para discutir questões jurídicas globais.
  • O20 (Oceans 20): Trata da proteção e governança sustentável dos oceanos.

Na órbita do desenvolvimento global, somos parceiros do B20, um dos grupos de engajamento mais influentes. O B20 representa o setor empresarial, promovendo um ambiente econômico favorável e alinhando as políticas do G20 às necessidades do setor privado, com foco em inovação, infraestrutura e sustentabilidade.

Também somos membro convidado do C20, que reúne organizações da sociedade civil, movimentos sociais e acadêmicos. O grupo discute temas como direitos humanos, igualdade de gênero, mudanças climáticas e combate à pobreza, apresentando recomendações aos líderes do G20 para um desenvolvimento mais justo e inclusivo.

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