O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje os dados atualizados da inflação oficial do país em 2024. O setor alimentício apresentou o maior aumento entre os novos grupos de itens acompanhados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com um aumento de 7,69% no acumulado de 12 meses.
Este aumento foi impulsionado pelos grupos das carnes, óleos e gorduras, bebidas e infusões, que registraram as altas mais significativas ao longo do ano. Já o preço dos tubérculos, raízes e legumes caíram consideravelmente no mesmo período.
Como a inflação dos alimentos impacta a segurança alimentar?
A inflação de alimentos afeta diretamente a segurança alimentar da população, principalmente a parcela mais pobre. Isso porque, quando os alimentos ficam mais caros, milhões de famílias precisam comprometer a qualidade da sua alimentação para garantir a comida na mesa ou diminuir o tamanho do prato, com menos variedade.
Em outros casos, as famílias precisam até mesmo priorizar quem precisa comer mais. Essas situações representam a insegurança alimentar. No nível mais grave, que é a fome, as mudanças afetam a família inteira, podendo ficar um ou mais dias sem comer.
A alta de preços gera diferentes impactos para famílias em situação de pobreza e grupos vulnerabilizados socialmente. Isso porque o peso da alimentação no orçamento familiar é muito desigual, chegando até 61,2% dos gastos para quem tem renda de até R$2 mil.
Pensando nisso, a partir deste mês, o Pacto Contra a Fome produzirá um boletim mensal com dados sobre a inflação dos alimentos. O objetivo é monitorar o assunto e contribuir para uma melhor compreensão do impacto da variação dos preços no cotidiano das famílias brasileiras.